Antero
de Figueiredo, escritor português do século XX é o autor da frase:
“A casa é o retrato do seu dono”.
Nossa
cidade é a nossa casa e a orla das nossas praias a nossa sala de
visitas.
É
por causa das praias que Guarujá tem milhares de prédios e casas de
construção sólida e bom padrão que abrigam moradores, veranistas
e turistas que pagando seus impostos dão à cidade um orçamento de
mais de um milhão de reais.
Nossos
governantes parecem ignorar esse e outros fatos que são importantes
demais para serem esquecidos ou ignorados.
Problemas
como a falta de banheiros públicos, o descaso com os postos de
salvamento, a falta de conservação das áreas públicas e a
permissividade com que doam parte das praias e das calçadas para
qualquer um, cujo critério único é o apoio político está
acabando com a cidade, a nossa casa e especialmente a sala de visitas
na qual recebemos os que pagam as contas da cidade.
A
verdade é uma só. Os proprietários dos imóveis pagam o IPTU e não
recebem nada em troca desses pagamentos a não ser o descaso com seu
patrimônio que desvaloriza a cada ano fazendo com que um imóvel do
mesmo padrão custe em Bertioga em Santos e em outras praias o dobro,
o triplo e até mais do que aqui no Guarujá.
Outra
coisa que está acabando com o centro de Guarujá é a concessão de
alvará de funcionamento para estabelecimentos comerciais sem o menor
critério. Vários supermercados sem estacionamento, farmácias que
são verdadeiros supermercados….
Não
é preciso explicar muito para que todos vejamos o que está
ocorrendo no centro do Guarujá quando mendigos tomam conta das ruas
fazendo suas necessidades fisiológicas na porta dos prédios de
apartamentos que já valeram um milhão de dólares e que hoje não
tem compradores.
Não
é possível discutir soluções para os problemas sociais nas
avenidas das praias e ruas próximas.
Em
que pese sabermos as dificuldades, permitir que esses sem teto
permaneçam nessa situação na avenida da praia em nada vai ajudar a
resolver os seus próprios problemas.
Os
frequentadores do Guarujá, proprietários de imóveis estão
abandonando a cidade e vendendo-os por valores muito menores do que
os que estão em construção.
Nos
últimos anos ficaram prontos mais de 2000 apartamentos nas praias
das Astúrias, Pitangueiras e Enseada.
Informações
das imobiliárias dão conta de que já existem muitas revendas
disponíveis sem mesmo terem sido vendidas todas as unidades nos
prédios em construção.
O
que significa isso? Significa que a oferta será muito maior do que a
procura e que os imóveis mais antigos ficarão ainda mais
desvalorizados e difíceis de serem vendidos e que o valor venal hoje
expresso nos carnês do IPTU, que servem como base para o lançamento
do imposto certamente superará e muito o valor alcançado pelo
imóvel.
Isso
sem contar que o valor do IPTU do Guarujá continua sendo um dos
maiores do Brasil com o agravante de nada oferecer aos proprietários
a não ser o desgosto de ver as praias poluídas por barracas,
ambulantes, bicicletas e toda sorte de companhia desagradável.
Certamente
os nossos políticos não se importam com isso.
Como
já diz o ditado popular, a gente consegue tirar o indivíduo de
dentro da favela, mas não consegue tirar a favela de dentro do
indivíduo.
Vemos
impotentes, que a nossa casa está se transformou numa grande favela
e somos prisioneiros nela.
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