por Carlos Ratton
O delegado assistente de Guarujá, Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, analisa a possibilidade de abrir inquérito policial para apurar suposto crime de difamação cometido pelo advogado Edison Bento Prata, proprietário de um jornal na Cidade.
A iniciativa foi a pedido do presidente da Câmara de Guarujá, vereador Marcelo Squassoni (PRB), que ingressou uma representação criminal contra Edison Prata, após denúncia registrada pela delegada Juliana Buck Gianini, por intermédio do boletim de ocorrência 2215/13, de 6 de março.
A história tomou grandes proporções políticas porque o empresário — que não tem formação jornalística e, para exercer o jornalismo, se baseia em uma decisão equivocada do Supremo Tribunal Federal (STF), já derrubada pelo Senado — teria publicado nota em uma coluna do jornal para supostamente denegrir a imagem do Legislativo.
Denominada Bala de Prata, a coluna política reacendeu um caso polêmico na Cidade, ocorrido em 2006, conhecido como Mensalinho, envolvendo o ex-prefeito Farid Said Madi (PDT), dois secretários e nove vereadores da época.
Edison Prata trouxe de volta a possibilidade de estar ocorrendo o mesmo na nova legislatura, ao publicar a seguinte nota: “Quem pensa que o Mensalinho acabou, está redondamente enganado! O problema todo era a gravação. Hoje, as coisas são diferentes, em vez de dinheiro, hoje é cartão de crédito”.
“A lamentável publicação, em que pese não estar sendo dirigida diretamente a uma pessoa específica, macula a honra de toda a instituição (Câmara), ainda mais quando afirma que tais fatos continuam ocorrendo através de outra modalidade de pagamento”, explica o presidente da Casa.
A atitude de Squassoni foi respaldada por todos os demais 16 parlamentares. Alguns, além de se expressarem publicamente durante sessão legislativa, resolveram ingressar com processos individuais contra o advogado. “A nota ataca frontalmente a honra de todos, não somente do presidente do Legislativo, mas dos demais vereadores e servidores da Câmara”, completa.
Finalizando, o vereador solicitou que a Polícia de Guarujá abra inquérito a fim de averiguar possível existência de crime e, caso haja, que Edison Prata seja condenado pelo suposto ato criminoso, de colocar sob suspeita a legitimidade e honestidade dos parlamentares atuais.

Vereadores se sentiram difamados pelo advogado que é dono de um jornal (Foto: Luiz Torres/DL)
Prata
Procurado pela reportagem, o advogado Edison Prata pouco quis se manifestar sobre o assunto, apenas negando qualquer relação entre um fato e outro, ressaltando que a nota não se refere aos vereadores de Guarujá.
“Não foi citado o nome de ninguém e a coluna falou sobre o Mensalinho de forma genérica. Não podemos atrelar o Mensalinho somente à cidade de Guarujá. Se eles (vereadores) provarem que eu me referi a eles, tudo bem, podem me processar”, dispara Prata, se mostrando tranquilo com relação ao andamento do processo policial.
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