Simone Queirós
A Praça 14 Bis, maior espaço de lazer de Vicente de Carvalho, vem se consolidando como point da juventude no distrito. Tanto que, aos fins de semana, chega a reunir até 3 mil jovens. O problema é que, além de se divertir, esse contingente também tem trazido ao local impactos ao trânsito, à vizinhança e à segurança pública.
Nos últimos meses, a Força-Tarefa de Guarujá detectou problemas como consumo de drogas, barulho abusivo, músicas com apologia ao crime e à pornografia, veículos estacionados na garagem de residências e consumo de bebidas alcoólicas, inclusive por menores de idade.
Isso motivou um plano de ação por parte da Força-Tarefa, do qual participam Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Civil Municipal, Fiscalização de Comércio, Fiscalização de Posturas, Vigilância Sanitária e Trânsito.
Desde o dia 22 de março, uma sexta-feira, o estacionamento de veículos está proibido na praça das 22 às 6 horas. Além disso, todos os estabelecimentos do entorno devem fechar às 20 horas, e o comércio ambulante está vedado entre as ruas adjacentes Mato Grosso e Guilherme Guinle. Também está prevista melhoria na iluminação.
Desde o dia 22 de março, o estacionamento de veículos está proibido na praça das 22 às 6 horas
“Construimos esse plano em conjunto com a comunidade e estamos utilizando ferramentas administrativas para regulamentar o horário do estacionamento e proibir o comércio de funcionar fora do horário permitido”, afirma a coordenadora da Força-Tarefa, Ana Valéria de Amorim da Silva.
Segundo ela, essa medida durará por 30 dias. “Depois desse período, a situação será reavaliada e, se for o caso, poderemos conceder alvará especial para os estabelecimentos ficarem abertos até depois desse horário – mas desde que demonstrem que não contribuem com esses problemas”.
Alívio
A medida representou um alívio para moradores dos arredores, que reclamavam há meses da situação. Um deles, que prefere não se identificar com medo de expor a família a perigos, afirma que chegou a passar muitas noites de fim de semana na casa dos pais, que fica em outra parte de Guarujá, para conseguir dormir.
“Quando não ia para lá, chegava a ligar várias vezes para o 190, da Polícia Militar, pedindo que tomassem providências. E todos os vizinhos faziam o mesmo. Era menor consumindo droga, bebendo. E alguns comerciantes que nem podiam vender álcool se beneficiavam dessa situação para comercializar esse tipo de bebida. De 5ª-feira a domingo, era sempre a mesma coisa. Às vezes, eu saía às 6 horas para levar meus filhos à escola e ir trabalhar e tinha jovem seminu na praça”.
Depois de instituída a medida, ele afirma que finalmente conseguiu dormir sossegado dentro da própria casa. “Foi uma melhora radical”.
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